João Pequeno na Ambiente Magazine – A Literacia do Oceano começa com uma ideia simples e poderosa

O investigador João Pequeno,  publicou recentemente um artigo de reflexão na ambiente magazine, onde salienta a urgência de reforçar a literacia do oceano em Portugal como um pilar estratégico para a sustentabilidade ambiental, social e económica do país. 

Esta reflexão parte de uma constatação clara: Portugal, sendo uma nação historicamente e geograficamente moldada pelo mar, continua a revelar níveis baixos de conhecimento geral sobre o oceano, por parte do público. Esta lacuna compromete seriamente a capacidade coletiva de enfrentar os desafios globais que ameaçam os ecossistemas marinhos — das alterações climáticas à perda de biodiversidade, passando pela poluição e sobre-exploração de recursos.

João Pequeno defende que “não é um luxo académico, mas uma pedra basilar social que permite políticas duradouras”, uma vez que “apoia a inovação na economia azul e protege o património natural que sustenta comunidades”. Sobre a premissa que “só protegemos aquilo que conhecemos”, o artigo propõe uma abordagem educativa estruturada e vocacionada para o oceano, de forma a promover o envolvimento dos cidadãos, desde a escola às comunidades locais, e apelando a uma maior colaboração entre cientistas, educadores, decisores políticos e sociedade civil.

O investigador destaca ainda o papel da ciência neste processo, defendendo a inclusão ativa dos investigadores na produção de conteúdos educativos e no desenho de políticas públicas baseadas em conhecimento sólido. Para tal, sublinha a importância de ações de formação de docentes, da integração transversal do oceano nos currículos escolares e da implementação de programas dirigidos a públicos diversos, incluindo adultos, decisores políticos e agentes económicos.

Apesar dos avanços registados em Portugal — com iniciativas como o programa Escola Azul e a rede Ciência Viva —, o artigo identifica a ausência de uma estratégia nacional coordenada como um dos principais obstáculos ao progresso efetivo. João Pequeno aponta a necessidade de métricas nacionais de literacia, de campanhas de proximidade e de mecanismos que envolvam os cidadãos na governança marinha como elementos fundamentais para garantir impacto real e duradouro.

A reflexão termina com um apelo claro: “Se quisermos um futuro em que o oceano seja fonte de prosperidade e resiliência, o desafio é também educativo: formar cidadãos para que sejam ativos no processo”. Promover a literacia do oceano é, assim, não apenas uma responsabilidade partilhada, mas um investimento estrutural na sustentabilidade do país.

 

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