Sabia que o som subaquático tem um potencial enorme para avaliar e monitorizar o oceano?

 

A investigadora do MARE Clara Amorim esteve nos Estados Unidos na Global Ocean Science Education (GOSE) Workshop, onde foi convidada a dar uma palestra.  Os objetivos deste workshop vão ao encontro dos objectivos do MARE:  promover a colaboração e parcerias internacionais e avançar com a literacia dos oceanos.

Clara Amorim foi a única investigadora portuguesa neste evento que reuniu 69 investigadores. A sua apresentação foi sobre a comunicação acústica em peixes. "Falei sobre os mecanismos de audição, de produção de som e o contexto e relevância dos sons produzidos por peixes", refere a investigadora.

"O canal acústico é a principal modalidade sensorial disponível no meio aquático o que explica a enorme diversidade de mecanismos de produção de sons e de audição nos peixes teleósteos. Como noutros vertebrados, muitas espécies comunicam acusticamente durante interações sociais, como o acasalamento. O seu sistema auditivo (ouvido interno) é eficaz na deteção da informação do ‘ambiente acústico’ nas baixas frequências", explica-nos.

A investigadora deixa-nos a principal mensagem: "o som subaquático tem um potencial enorme para avaliar e monitorizar o oceano (desde mapear o fundo a aferir presença de espécies e biodiversidade) e a uma escala temporal e geográfica global, sendo por isso extremamente relevante para atingir os objectivos da UN Ocean Decade. É por isso preciso integrar a acústica a todos os níveis de formação escolar e formar muito mais técnicos especializados. Para isso é preciso haver uma grande colaboração intersectorial entre a indústria, educação, academia e reguladores com o objetivo de melhorar a literacia oceânica e desenvolver força de trabalho nesta área".