FISHBUDGET

Effects of climate change on marine fish energy budgets
Acrónimo: 
FISHBUDGET
Referência: 
PTDC/BIA-BMA/28630/2017
Ano de início: 
2018
Ano de fim: 
2022
Tipo de projeto: 
Nacional
Investigador principal: 
Patrícia Anacleto
Coordenação MARE: 
Patrícia Anacleto
Entidade financiadora: 
FCT
Estado: 
A decorrer
Resumo: 

As alterações climáticas são um dos maiores desafios ambientais e espera-se que piorem nas próximas décadas. Prevê-se uma diminuição do pH (0.2-0.6 unidades) e um aumento da temperatura da superfície da água do mar (0.3-4.8°C) e ainda a expansão da hipóxia em áreas estuarinas e costeiras [1]. Tais alterações afetarão profundamente as respostas fisiológicas dos organismos marinhos, ou seja, o crescimento, alimentação, comportamento e atividade das espécies, comprometendo a sua condição e sobrevivência [2,3*]. Os fatores ambientais alteram os processos específicos de consumo e gasto de energia e, portanto, o balanço energético de um organismo [4]. Em condições de stress (ex. temperaturas elevadas sub-óptimas), os peixes não conseguem consumir alimento suficiente para satisfazer os crescentes custos metabólicos, pelo que a energia é muitas vezes limitada e apenas consegue cobrir os custos de funções essenciais [5,6*]. Até à data, nenhum estudo anterior abordou ainda os efeitos combinados do aquecimento e acidificação no balanço energético de espécies de peixes de diferentes habitats e com estratégias de vida distintas. Os peixes desempenham um papel importante na teia alimentar, uma vez que ligam predadores de topo aos níveis tróficos inferiores. É esperado que os peixes tropicais e bentónicos sejam mais vulneráveis ao aquecimento do que os temperados, pois desenvolvem-se num ambiente instável, o que se refletirá nas suas funções. Neste contexto, o objetivo geral deste projeto de três anos é avaliar, pela primeira vez, o potencial efeito sinergístico do aquecimento dos oceanos (5°C acima da temperatura média anual) e acidificação (0.6 unidades de pH abaixo da média de pCO2) no balanço energético de peixes temperados (Sparus aurata e Solea senegalensis) e tropicais (Acanthopagrus latus e Solea elongata) durante o estado juvenil, comparando também as suas estratégias de vida. Para tal, iremos quantificar os componentes da equação do balanço energético, nomeadamente o crescimento (G, Tarefa 2), excreção (perdas fecais-F e azotadas-U, Tarefa 3) e respiração (R, Tarefa 4). Finalmente, será desenvolvido e implementado um modelo usando ""Dynamic Energy Budget (DEB)"", a fim de compreender o ganho e as perdas de energia das espécies para os seus processos fisiológicos, bem como investigar quais parâmetros ambientais são mais suscetíveis de afetar o seu balanço energético (Tarefa 5). São também fornecidas novas perspetivas sobre o funcionamento do ecossistema, contribuindo para a compreensão do papel ecológico das espécies. A participação de outras equipas nacionais do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (liderado pelo Dr. António Marques) e do Instituto Superior Técnico (liderado pelo Dr. Gonçalo Marques) e ainda de um consultor internacional, Dr. Jaap van der Meer (NIOZ), dão-nos total confiança e a garantia da viabilidade desta proposta. A experiência conjunta destas equipas multidisciplinares irá valorizar os resultados científicos deste projeto.

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