Foi em Lisboa, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS ULisboa), que se deu o arranque oficial do Observatório Transnacional dos Peixes Diádromos, uma nova plataforma internacional dedicada à cooperação na gestão e conservação de espécies migradoras entre rios e mar.
No dia 25 de junho de 2025, 27 investigadores, gestores, técnicos, pescadores, empresas e associações e Portugal, França, Irlanda e Espanha reuniram-se para partilhar boas práticas, identificar preocupações comuns e definir prioridades futuras no contexto da conservação das espécies diádromas.
O encontro teve como anfitriões os investigadores do MARE/ARNET, com representação das unidades de CIÊNCIAS e da Universidade de Évora, em articulação com parceiros como o IPMA, o ICNF e a DRGM. Da parte da sociedade civil, participou ainda um pescador profissional, em representação do setor.
A dimensão internacional foi assegurada por entidades com experiência ativa na proteção e gestão de peixes migradores, como a LOGRAMI, dedicada à conservação destas espécies em França; o INRAE, instituto público de investigação francês, e a DGAMPA, responsável pela política marítima em França. Também marcaram presença organizações ligadas ao setor das pescas francesas como a COREPEM e a CNPMEM.
A Irlanda fez-se representar pelo organismo nacional de gestão das pescas continentais (Inland Fisheries Ireland), enquanto da Galiza vieram investigadores da Universidade de Santiago de Compostela, membros da Sociedad de Pesca Deportiva Río Xuvia e um jornalista ambiental especializado.
O programa incluiu a apresentação do projeto DiadSea e uma sessão interativa com o jogo DiadESland, que pretende sensibilizar os participantes para os desafios de conservação destas espécies. A tarde centrou-se na comparação de legislações nacionais e boas práticas, com base num relatório técnico do projeto, e culminou com a primeira reunião oficial do Observatório, onde foram lançadas as bases para o seu funcionamento futuro.
O Observatório Transnacional dos Peixes Diádromos pretende ser um espaço ativo de partilha de informação e aconselhamento técnico, promovendo uma abordagem integrada e coordenada à escala europeia, com foco na sustentabilidade ecológica e socioeconómica destas espécies. Entre os objetivos definidos estão a análise de ameaças emergentes, a identificação de tendências futuras nas pescas e o apoio à definição de estratégias adaptativas que respondam à complexidade do ciclo de vida destes peixes migradores.
O projeto DiadSea é liderado pela Universidade de Évora através do MARE, e envolve 9 parceiros beneficiários e 28 parceiros associados de quatro países. Conta com um financiamento de 3,35 milhões de euros, atribuído pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional no âmbito do Interreg Espaço Atlântico 2021–2027.