Investigadores do MARE no "World's Top 2% Scientists List"

São sete, os investigadores do MARE que integram a edição deste ano do relatório “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators”, uma base de dados de referência internacional publicada anualmente pela Elsevier, onde foram apresentados os investigadores mais citados no ano de 2024 e no conjunto sua carreira. 

Entre os cientistas mais citados no ano de 2024 encontramos os investigadores do MARE Verónica Ferreira, Rui Rosa, Bernardo Duarte, João Canning-Clode, Jaime Ramos, Manuel Graça e Luís Vítor Duarte. Este reconhecimento anual de vários investigadores do MARE, demonstra não só o mérito individual, mas também o compromisso da instituição com a produção científica de excelência em resposta a desafios globais.

O que estudam os nossos investigadores?
Em relação ao ano passado, a edição deste ano do relatório traz uma novidade para o MARE: a integração do investigador Luís Vítor Duarte na lista dos cientistas mais citados a nível mundial. A sua investigação atual centra-se na estratigrafia integrada, sedimentologia e geoquímica de carbonatos marinhos e depósitos ricos em matéria orgânica.

Verónica Ferreira, distinguida pelo terceiro ano consecutivo, desenvolve investigação na área da ecologia de ribeiros, com o objetivo de compreender o funcionamento destes ecossistemas e a forma como respondem a alterações ambientais resultantes de atividades humanas, das alterações climáticas e da infeção da vegetação por agentes patogénicos. Para a investigadora “a integração nesta lista é um reconhecimento pelo trabalho realizado, em colaboração com estudantes e colegas, e que me motiva a continuar a investigar movida pela curiosidade e seguindo os mais elevados padrões éticos”. Apesar disso Verónica Ferreira diz sentir “um amargo de boca por perceber que os reconhecimentos internacionais não são acompanhados por um reconhecimento por parte das instituições de acolhimento, onde faço investigação de modo precário há quase 20 anos.” 

João Canning-Clode, investigador e fundador do MARE-Madeira e atualmente Edinburgh Ocean Leader, preside ao Grupo de Trabalho sobre Introdução e Transferência de Organismos Marinhos do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), uma área em que tem vindo a destacar-se a nível internacional.  O investigador mostrou-se novamente satisfeito com este reconhecimento: “É obviamente uma honra voltar a integrar a lista dos "Top 2% of the World's Scientists", elaborada pela Universidade de Stanford e publicada pela Elsevier. Este reconhecimento é, acima de tudo, o reflexo de um trabalho coletivo, desenvolvido com uma equipa incrível no MARE-Madeira (ARDITI e Universidade da Madeira).” Para João Canning-Clode “fazer ciência a partir de um arquipélago periférico como a Madeira tem os seus desafios, mas também reconheço com vantagens únicas. Mostra que é possível fazer ciência com impacto global, promovendo ao mesmo tempo a acessibilidade, a inovação e a formação de novas gerações de cientistas”, salientando ser “um privilégio fazer parte do MARE, e contribuir para o crescimento da instituição quer a nível nacional quer a nível internacional.”

Para Jaime Ramos, que também voltou a integrar a lista pelo segundo ano consecutivo, declarou que “figurar nesta lista reflete uma procura constante de ideias, dedicação à investigação científica e à orientação de alunos de pós-graduação.” O investigador é também coordenador da Unidade Regional de Investigação MARE-UCoimbra e do grupo de investigação EcoTop: Ecologia e Conservação de Predadores de Topo, que estuda estudos de seleção de habitat, ecologia trófica, ecologia alimentar, ecologia de movimento e fisiologia, para a conservação de predadores de topo e para o seu uso como sentinelas de alterações ambientais. 

Da Unidade Regional de Investigação MARE-UCoimbra, foi também destacado o investigador Manuel Graça. Apesar de não valorizar muito os rakings, Manuel Graça mostrou-se satisfeito com a boa notícia: “Penso que isso significa que o meu trabalho tem algum eco na comunidade científica”, considerando que este “reconhecimento é também extensivo ao MARE na sua aposta não só no mar, mas também nas águas interiores.”

Bernardo Duarte, que tem sido distinguido todos os anos desde 2022, desenvolve trabalho na área da Ecotoxicologia. investigador dedica-se a avaliar os efeitos nocivos de contaminantes emergentes — como cosméticos, fármacos, biocidas e nanopartículas metálicas — em organismos marinhos, com especial atenção aos organismos fotossintéticos, fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos. Para Bernardo Duarte “esta distinção significa que o trabalho que desenvolvo desperta interesse e é útil para outros trabalhos de investigação. É gratificante perceber que aquilo que publicamos tem impacto real e é valorizado pelos nossos pares.” 

Rui Rosa mostrou-se também bastante satisfeito com a sua menção: "Trata-se de um reconhecimento da qualidade do trabalho científico que tem vindo a ser produzido pela minha equipa e pelos nossos colaboradores nacionais e internacionais nos últimos anos”. O investigador, que também integrou a lista no ano passado, gere o seu próprio laboratório o Rui Rosa Lab, dedicado à compreensão de como as futuras alterações ambientais, como as alterações climáticas e a acidificação dos oceanos, afetam a biodiversidade marinha. 

 

A presença significativa de investigadores do MARE na “World’s Top 2% Scientists List” reforça o posicionamento do centro como uma instituição de excelência em investigação científica, reconhecida pelo impacto e relevância do seu contributo para o avanço do conhecimento.