As palhinhas de plástico causam danos à biodiversidade? João Pequeno Responde

A proibição de palhinhas e outros itens de plástico de uso único, tornou-se numa das maiores conquistas da luta contra a poluição do oceano. No entanto, o recém-eleito Presidente Donald Trump minimizou a importância desta medida. Afinal, o uso de palhinhas é ou não um perigo ambiental? 

De acordo com a ONG americana Pacific Whale Foundation, as palhinhas são um dos 10 produtos mais encontrados em limpezas de praia em todo o mundo, tendo ainda muito pouca possibilidade de serem recicladas. Para além desta poluição, ao serem expostos a fatores decompositores como o sol, as palhinhas podem ainda transformar-se em detritos mais pequenos, constituindo os microplásticos.

Por Portugal, o investigador do MARE João Pequeno, explicou à Green-Efact como esta desvalorização por parte do presidente americano, “pode levar a uma generalização de recuos idênticos face a outros produtos de plástico”. Segundo o investigador, “desconsiderar o impacte ambiental mais amplo dos plásticos não só minimiza e desacredita a realidade desta crise global, como segue um padrão preocupante, já traçado pela abordagem desta administração, de desvalorizar as crises ambientais, tendo em conta decisões anteriores como a retirada dos EUA do Acordo de Paris”.

Segundo João Pequeno, são inúmeros os estudos que demonstram a ameaça que é o plástico para a biodiversidade marinha. A ingestão deste produto de que são feitas as palhinhas, pode causar “danos físicos e efeitos toxicológicos devido aos aditivos químicos, como o bisfenol A e os ftalatos”.

O investigador do MARE alerta ainda que “as negociações em curso para o Tratado da ONU sobre os Plásticos – já marcadas pela forte influência das indústrias dos plásticos, dos químicos e dos combustíveis fósseis – correm o risco de ficarem ainda mais enfraquecidas com a adoção de posturas como a da administração Trump”.

Ao permitir o retorno de itens como palhinhas de plástico, a Ordem Executiva 14208 representa um retrocesso em relação aos avanços ambientais conquistados. Medidas como esta não apenas minimizam a gravidade da poluição por plásticos — um problema complexo com impactos profundos no meio ambiente, na sociedade e na economia — como também podem abrir precedentes para outras decisões que agravem ainda mais esta crise ambiental.

Leia o artigo completo AQUI