H2Off - hoje fechamos a torneira!

 

É às 22h do dia 22 de março que todos podemos começar a fazer algo consciente: fechar a torneira por 60 minutos. Uma iniciativa da APDA - Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas, a ação H2Off - HORA DE FECHAR A TORNEIRA, estimula a reflexão – de que forma podemos fazer um uso consciente da água?

 

Este desafio tem vários embaixadores, nomeadamente três investigadoras do MARE: Filipa Bessa, Maria João Feio e Verónica Ferreira. E é lançado esta quarta-feira, no Dia  Mundial da Água, realçado também pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa que refere a necessidade de aumentar a consciencialização sobre a crise global da água e o agravamento das situações estruturais de escassez. Marcelo Rebelo de Sousa apela à concretização dos Objectivos da Década para a Água, "através de acções concretas".

 

“Como cientista, o meu papel passa também por consciencializar as pessoas para o impacto que as suas acções têm no ambiente de modo que possam fazer escolhas conscientes. O consumo excessivo de água (direto para uso doméstico ou indirecto por via das escolhas de consumo que fazemos) leva a que seja necessário retirar maior quantidade de água do ambiente, o que pode levar à redução dos caudais, principalmente em épocas mais secas, o que tem consequências ecológicas (desaparecimento de espécies sensíveis à redução de caudal). Um consumo excessivo de água pode também traduzir-se na devolução aos rios e ribeiros de maior quantidade de água com menor qualidade (depois de passar pelas estações de tratamento de águas residuais, ETARs), o que tem efeitos nefastos para os ecossistemas de água doce, como por exemplo a eutrofização (crescimento exagerado de algas e plantas aquáticas)”, explica a investigadora Verónica Ferreira.

"Para mim este é um bom meio de chegar mais longe com a mensagem de que é vital preservar a água e os ecossistemas aquáticos de forma  a preservarmos a nossa saúde, a saúde dos ecossistemas de águas doces, e a biodiversidade que lhes está associada. E que cada um de nós pode fazer a diferença", refere a investigadora do MARE Maria João Feio.

Mas há coisas simples que podemos ir fazendo para reduzir o consumo de água. “Para começar, devemos olhar para os nossos hábitos de consumo diários e pensar onde é possível reduzir no consumo de água: Será que já estamos a usar a água do banho para a sanita, poupando assim descargas de autoclismo? Será que podemos reduzir o consumo de carne, privilegiando produtos vegetais cuja produção necessita de menor quantidade de água?” conclui a investigadora Verónica.

"Usar a água como se fosse um bem escasso e evitar todas as ações que levem à sua degradação e dos ecossistemas aquáticos. Estas ações prejudiciais podem ser as mais variadas. Alguns exemplos que ainda se verificam muito no nosso país são: despejos de poluentes de nenhum tipo nos rios (esgotos, tintas, adubos, pesticidas, óleos ou outros); cortar a vegetação das margens dos rios (o que vai impedir o processo de filtração natural da água que drena para as linhas de água); despejar água de aquários que podem conter animais ou plantas que se podem tornar invasoras; introduzir peixes nos rios para depois pescar ou para voltar a trazer os peixes para um rio; fazer descargas de esgotos de casas ou indústrias para as linhas de água; lavar o carro com água do rio na margem; lavar roupa num rio ou ribeiro; retirar água para regar de linhas de água com pouca água; colocar barreiras à circulação da água ao longo dos rios e ribeiros (açudes)…e claro, consumir em casa mais água do que a necessária", conclui a investigadora Maria João Feio.

 

O desafio é simples. Fechar a torneira por uma hora, sem qualquer consumo de água, entre as 22h00 e as 23h00 do dia 22 de março. Contamos consigo?

 

Atualizado às 19h51