MARE aposta no VII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades da Língua Portuguesa com oficinas e comunicações

O MARE marcou presença no VII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades da Língua Portuguesa, que decorreu na cidade de Maputo, em Moçambique, de 4 a 7 de julho, onde promoveu a Educação, a Literacia do Oceano e a Ciência Cidadã como ferramentas-chave para a sustentabilidade. Este Congresso teve como objetivo fomentar um debate, promovido pela Rede Lusófona, sob o tema “Educação Ambiental: a Chave para a Sustentabilidade”, contribuindo para o fortalecimento da REDELUSO e da Educação Ambiental nos PALOP.

As investigadoras do MARE Paula Sobral, da Universidade NOVA de Lisboa, e Filipa Bessa, da Universidade de Coimbra, ambas igualmente em representação da Associação Portuguesa de Lixo Marinho, apresentaram a experiência da plataforma portuguesa lixomarinho.app, na qual é disponibilizada uma aplicação que permite uma contagem simples de lixo marinho em praias, e os desafios e oportunidades do uso da Ciência Cidadã na temática do lixo marinho. As investigadoras também dinamizaram uma oficina sobre o uso desta aplicação como um observatório nacional de lixo marinho, e ferramenta útil no seu combate. 

Paula Sobral também apresentou o seu livro “Oceano de Plástico”, que aborda a poluição por plásticos no Oceano, tendo em conta as suas origens, o modo como é transportado e como se distribui no Oceano global, apontando as razões que explicam as enormes quantidades deste material que todos os anos chegam ao Oceano. Este ensaio realça os inúmeros impactos económicos, ecológicos e também na saúde humana, e a preocupação em criar soluções para prevenir e minimizar a poluição por plásticos, dando conta de diversas iniciativas, em Portugal e no mundo, cujo objetivo é criar uma visão comum que possa unir os diversos sectores na criação conjunta e concertada de soluções.

O Observatório de Literacia Oceânica (OLO), do MARE, dinamizou duas oficinas: uma sessão do Parlamento Oceânico, e uma intitulada “Habitat de transição ... água salgada, vidas amargas”, e os seus investigadores apresentaram várias comunicações que promoveram o debate e reflexão em torno da importância da educação ambiental na diversidade para a sustentabilidade, cidadania, desafios globais e limites planetários.

Mônica Mesquita, Marta Torres, Sílvia Franco, Felipe Alvarado, e Daniel Oliveira, abordaram temas como a decolonização do Oceano, ideias conceptuais para a criação de recifes, a importância do conhecimento ecológico local, o papel da Produção Azul no aumento do valor da cavala na pesca artesanal, a importância do conhecimento tradicional na conservação da biodiversidade, a promoção da cidadania através da ancestralidade, a implementação de processos de cogestão de resíduos, e o papel e importância do mapeamento cultural na educação ambiental, em colaboração com a investigadora Zara Teixeira, do MARE da Universidade de Coimbra.

O Laboratório de Sustentabilidade Costeira (NOVACoastLAB) do MARE, representado por Lia Vasconcelos, Isabel Santos, José Carlos Ferreira, Albertina Raposo, Anabela Durão e Filipa Ferreira, também esteve presente, e contribuiu com apresentações nas temáticas da cidadania e educação, realçando o papel que a educação para o risco representa na governância para a emergência de riscos costeiros, e de que forma é possível transformar as comunidades locais em defensores da Agenda 2030 das Nações Unidas, através da educação para uma cidadania mais sustentável.

O Laboratório de Investigação Marinha e Risco Ambiental (MARlab) do MARE também esteve presente, com foco nas áreas da educação e recursos educativos, literacia do Oceano e programas escolares. Para além da participação da Professora Paula Sobral, também Marta Martins evidenciou o papel e a relevância da transdisciplinaridade na Educação Ambiental do Ensino Superior com o exemplo da pós-graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade Marinha, e os investigadores Jorge Lobo-Arteaga e Cátia Bartilotti apresentaram o programa escolar IPMA Escolas, e como o programa MARbis se pode tornar num portal de literacia do Oceano.

No total, o MARE contribuiu com três oficinas e 18 comunicações, num Congresso marcado pela troca de conhecimentos e experiências, através de minicursos, pósteres científicos, oficinas, comunicações orais, atividades dinâmicas e visitas técnicas. O VII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades da Língua Portuguesa contou também com a presença de vários representantes estatais dos países membros da CPLP, incluindo João Paulo Catarino, Secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas. A forte presença do MARE reflete, também, a aposta na cooperação internacional com os países de expressão portuguesa, para partilhar conhecimentos e aumentar intercâmbios científicos, reforçando e consolidando as relações existentes e gerando novas ligações.