Será que já conhece todas as espécies de lesmas-do-mar?

Sabia que os nudibrânquios, ou lesmas-do-mar, são um importante recurso para a indústria farmacêutica, sendo usados com frequência na investigação de compostos que possam ser usados no desenvolvimento de novos fármacos?

O investigador do MARE Joaquim Reis descobriu, numa expedição por Timor-Leste, três dezenas de novas espécies de lemas-do-mar. Entre julho e início de agosto deste ano, o investigador mergulhou entre Manatuto e Liquiçá, tendo passado também pela Ilha de Atáuro.

“Calculamos que temos cerca de 30 espécies novas para a ciência de lesmas-do-mar, num total de mais de 100 espécies diferentes identificadas”, reflete Joaquim Reis. Neste grupo de moluscos contam-se, a nível mundial, cerca de 6000 espécies. O investigador explica ainda que este grupo é “extraordinário não só pela aparência fantástica, mas por todas as estratégias – e diversificadas – para se defenderem de predadores num meio em geral agressivo. São animais de aparência frágil, não têm concha nem nenhuma estrutura evidente de defesa, mas conseguem essas defesas com estratégias diversificadas”.

Esta expedição a Timor revelou uma enorme diversidade de espécies numa região pouco explorada, com a qual temos, em Portugal, uma enorme proximidade cultural. “Aprofundar o conhecimento destas espécies traz inúmeras vantagens: Revela recursos biológicos muito diversos e ainda por descobrir que podem vir a ter utilidade para o ser humano, por exemplo no desenvolvimento de novos fármacos. Esta recolha de informação permite-nos ainda detalhar e tomar decisões estratégicas como a criação de zonas protegidas ou de parques nacionais, à semelhança do que se faz na vizinha Indonésia, com potenciais benefícios também para o turismo e desenvolvimento do país”, acrescenta o investigador.

Note-se que esta expedição de 15 dias contou com a participação não só dos investigadores do MARE e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, como da Universidade Autónoma de Madrid, Marta Pola. E contou também com a colaboração da Universidade de Timor-Leste, do Instituto Português de Malacologia, da Universidade de Cádiz e da Dreamers Dive Academy, um centro de mergulho e investigação em Timor-Leste.

Pode ler o artigo sobre esta aventura no Público