O MARE foi a Setúbal com alunos finalistas de Coimbra

No passado dia 28 de junho, os investigadores do MARE – URI Lisboa, Inês Afonso, Maria Ana Dionisio e Vera Sequeira, desenvolveram duas atividades com alunos de uma turma finalista do 3.º ciclo da Escola Básica 2, 3 Alice Gouveia, de Coimbra. Da parte da manhã, visitaram o Mercado do Livramento e da parte da tarde realizaram uma atividade dedicada à descoberta de espécies exóticas, na marina de Setúbal.

Acompanhados pela médica veterinária daquele que é considerado um dos melhores mercados de peixe do Mundo, os alunos ficaram a conhecer um pouco da sua história, nomeadamente dos painéis de azulejos que se destacam e que retratam várias atividades económicas da cidade de Setúbal.

A passagem pelas bancas de peixe permitiu observar várias espécies capturadas em águas portuguesas, descobrir algumas curiosidades sobre as mesmas e interagir com vendedores como o Sr. Carlos Carmo, há 40 anos neste mercado e que tem sempre boas histórias para contar.

Sabia que o tamboril caça com a sua própria cana de pesca? Na verdade, trata-se de uma adaptação de um raio da barbatana dorsal que termina numa estrutura bolbosa que pode ser luminescente e que serve para atrair as presas.

Houve ainda tempo para passar pelos bastidores do mercado e visitar as arcas frigoríficas, a máquina de fazer gelo e o cais de cargas e descargas, onde se guardam de forma refrigerada desperdícios alimentares produzidos do mercado e que são depois cedidos a outras indústrias e empresas para reaproveitamento. O cheiro é que não se recomenda.

De tarde, os alunos partiram à descoberta de espécies exóticas, organismos não nativos introduzidos num determinado ecossistema onde não existiam previamente. Numa conversa animada discutiu-se a a forma como estas espécies chegam às nossas águas, são introduzidas e se dispersam e o porquê da escolha de uma marina para a realização da atividade. Sabia que estas áreas costeiras são frequentemente pontos de introdução e posterior dispersão de espécies exóticas? Muitas delas são transportadas nas águas de lastro das embarcações, ou agarradas aos cascos das mesmas acabando por ser libertadas 

De seguida, os nossos finalistas puseram as mãos na massa e, como autênticos biólogos de campo, realizaram a avaliação dos parâmetros físico-químicos da água com o auxílio de uma sonda, aplicaram o sistema de RAS (Rapid Assessment Survey) e recolheram exemplares das espécies presentes na marina e passíveis de serem espécies exóticas.

A confirmação foi realizada pelos próprios com o auxílio de lupas, guias fotográficos e as investigadoras de serviço, permitindo identificar e explorar as características das diferentes espécies recolhidas, e encontrar informações sobre a sua biologia, comportamento e impacto nos ecossistemas nativos.

Esperamos ter inspirado estes finalistas para um futuro em Ciências e em Biologia!