MARE marca presença na Noite Europeia dos Investigadores

O MARE marcou presença em mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores (NEI 2025), que teve lugar no passado dia 26 de setembro em várias cidades portuguesas. Integrado numa iniciativa europeia que procura aproximar a ciência dos cidadãos, o MARE dinamizou um conjunto de atividades interativas e educativas, reafirmando o seu compromisso com a divulgação científica e a sensibilização ambiental. 

Marcando presença em Lisboa, Coimbra, Funchal e Évora, os investigadores do MARE dinamizaram estações temáticas que despertaram a curiosidade de visitantes de todas as idades. Combinando experiências práticas, jogos educativos, demonstrações científicas e diálogo aberto com o público, foi possível comunicar ciência de forma acessível, relevante e envolvente. 

“É gratificante comunicar ciência de forma acessível. Através destes jogos mostramos questões complexas, como a sobrepesca ou a poluição, de uma maneira que prende a atenção de miúdos e graúdos”, declarou a investigadora do MARE Rita Almeida. “Os jogos ajudam a perceber que os peixes encontram múltiplos obstáculos na sua migração e que só com soluções como passagens para peixe conseguem completar o ciclo de vida”, acrescentou a investigadora Filipa Silva

Também o uso de tecnologia em ambientes educativos marcou presença nas atividades do MARE, com destaque para abordagens digitais e imersivas na área da história ambiental e do turismo costeiro. “Queremos mostrar que o património ambiental e cultural pode ser vivido também em ambientes digitais, aproximando a ciência do público e promovendo um turismo mais sustentável”, destacou Rosário Bastos do MARE

O entusiasmo do público foi visível ao longo de toda a noite. Muitos visitantes referiram-se à NEI como uma oportunidade única para compreender de forma direta o trabalho dos centros de investigação portugueses. “É o meu segundo ano na NEI. Venho pela curiosidade de conhecer o que os centros de investigação estão a desenvolver. Gosto de ver novidades e perceber melhor o trabalho científico que é feito em Portugal”, contou Carolina Delgado. Já Eurico Carvalheira, estudante de Arqueologia, referiu-se com surpresa à presença de espécies invasoras nos rios nacionais: “Sempre quis vir e este ano aproveitei. Gostei muito de aprender sobre espécies invasoras de peixe, como a perca europeia, que nem imaginava que fosse problemática”.

A sensibilização para os impactos ecológicos causados por espécies exóticas foi também destacada por outros visitantes. "Gostei de ouvir os especialistas a falar das espécies invasoras, dos danos que elas causam e da importância que é erradicar algumas para prevenir estes mesmos danos. Não tinha noção que o mexilhão de água doce causava tantos danos económicos, por isso já aprendi alguma coisa!", afirmou Sara Rocha, participante em Évora. Para Pedro Brandão, investigador do MARE, que dinamizou uma das estações com espécies invasoras em aquários, “tem havido muito dinamismo este ano, com muitas pessoas muito interessadas; está a ser um bom evento. Estamos a partilhar um bocadinho os nossos projetos sobre as invasões biológicas, tentando sempre sensibilizar sobre o problema”.

Este ano, foi também destacado os 10 anos de investigação e impacto do MARE, partilhando o percurso de uma década dedicada à produção de conhecimento, à cooperação interdisciplinar e ao envolvimento com a comunidade. A celebração serviu de ponto de encontro entre o passado e o futuro da investigação marinha e ambiental em Portugal.

A participação nesta iniciativa reforça a missão do MARE de tornar a ciência mais próxima, útil e relevante para a sociedade, especialmente num momento em que os desafios ambientais exigem maior consciencialização e envolvimento coletivo.
A Noite Europeia dos Investigadores continua a ser um dos maiores eventos de comunicação de ciência em Portugal, e o MARE, com a sua ação descentralizada e focada nos ecossistemas aquáticos, contribui ativamente para criar pontes entre o conhecimento científico e a cidadania informada.