Entre os dias 21 e 25 de julho de 2025, o MARE (ARNET) em CIÊNCIAS, no âmbito do programa Ciência Viva no Laboratório, acolheu um grupo de estudantes do ensino secundário para uma semana de estágio científico dedicada ao tema “O que nos diz a cor do mar?”.
Orientados por uma equipa de investigadores do grupo de Fitoplâncton e Deteção Remota, os participantes tiveram contacto direto com o trabalho científico realizado em ambiente costeiro e laboratorial.
A semana começou com a apresentação da equipa e uma visita aos laboratórios e equipamentos científicos disponíveis, a que se seguiu uma saída de campo ao estuário do Sado, onde recolheram amostras de água e fitoplâncton e mediram a cor do oceano com recurso a um radiómetro.
De regresso ao laboratório, os alunos analisaram as amostras recolhidas e observaram-nas ao microscópio, tendo também aprendido a aceder e interpretar dados de satélite, relacionando-os subsequentemente com as medições obtidas no campo. Os alunos visitaram, ainda, a Algoteca permitindo-lhes conhecer espécies de microalgas emblemáticas da costa portuguesa, incluindo espécies tóxicas.
No final da semana, colocaram em prática os conhecimentos adquiridos ao assumirem o papel de investigadores num estudo de caso que simulava alterações súbitas na cor do mar devido a descargas ilegais.
“Foi uma semana intensa e cheia de descobertas em que os alunos puderam entrar no dia-a-dia de um cientista”, refere Afonso Ferreira, um dos investigadores que recebeu os jovens participantes, que destacou também a importância do contacto direto com a ciência e com os desafios reais do estudo dos oceanos.
Este estágio teve como principal objetivo aproximar os estudantes da investigação científica e promover o pensamento crítico através da exploração de técnicas de análise de cor do oceano, fitoplâncton e deteção remota.
A atividade decorreu na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sob coordenação da professora e investigadora do MARE, Ana Brito, com o apoio de uma equipa multidisciplinar composta por Afonso Ferreira, Beatriz Biguino, Giulia Sent, Joana Cruz e Sofia Nunes.
Paralelamente, em Peniche, investigadores do MARE-IPLeiria também acolheram, durante uma semana, nove alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário, igualmente no âmbito do programa Ciência Viva no Laboratório. Este estágio teve como foco o potencial bioativo de produtos naturais marinhos para diversos fins, bem como o uso sustentável de recursos marinhos na alimentação. Ao longo da semana, os participantes desenvolveram atividades em conjunto com os investigadores, tendo contacto direto com a ciência aplicada desenvolvida no MARE-IPLeiria.
Ambos os estágios reforçam o papel fundamental do programa Ciência Viva no Laboratório na aproximação dos jovens à ciência, permitindo-lhes uma experiência única de imersão em projetos de investigação ligados ao mar e aos seus inúmeros desafios.
Texto de Afonso Ferreira, Patrícia Carvalho e Vera Sequeira