Inaugurado a 6 de junho, o C-Rio já arrecadou prémio nacional de Reabilitação Urbana Sustentável e Inteligente.
O recém-inaugurado Centro de Interpretação do Rio (C-Rio), em Águeda, foi oficialmente apresentado ao público no passado dia 6 de junho, tornando-se rapidamente num novo símbolo da identidade ambiental e cultural do concelho. O equipamento, que representa um investimento de mais de 470 mil euros por parte do Município, foi distinguido, na última semana, com o Prémio António Almeida Henriques, atribuído no âmbito do Portugal Smart City Summit, na categoria de “Reabilitação Urbana, Sustentável e Inteligente”.
Localizado nas margens do Rio Águeda, o C-Rio resulta da reabilitação de um edifício anteriormente abandonado, alvo de anos de litigância entre a autarquia e os antigos proprietários. Hoje, o espaço é um centro de sensibilização, conhecimento e valorização dos ecossistemas de água doce, com especial enfoque na Bacia Hidrográfica do Vouga.
O centro pretende não só dar a conhecer a biodiversidade fluvial e a importância dos rios no equilíbrio ambiental e cultural da região, mas também servir como ponto de partida para diversas atividades científicas, lúdicas, turísticas e desportivas.
Durante a cerimónia de inauguração, o presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida, reforçou a importância desta aposta do município na renaturalização dos percursos ribeirinhos, que já começou na Ribeira da Aguieira e prossegue em Aguada de Cima, com destaque para o projeto LIFE Águeda, que tem vindo a recuperar os rios Águeda e Alfusqueiro.
Também presente na inauguração, Pedro Raposo de Almeida, diretor do MARE e responsável pelo LIFE Águeda, expressou a satisfação pelo resultado de um projeto com oito anos de trabalho: “Este era um sonho de um projeto com oito anos, em que Águeda nos acolheu de braços abertos, com intervenções que vão muito além deste equipamento, que devolveu a Águeda 34 quilómetros de rio livre (de obstáculos), em que os animais conseguem utilizar os seus habitats naturais”.
O C-Rio distribui-se por dois pisos. No piso superior, destaca-se a Sala Expositiva, com quatro áreas temáticas — Bacia Hidrográfica do Vouga, Espécies e Habitats, História e Cultura do Rio e Artes de Pesca — complementadas com cinco aquários expositivos e equipamentos educativos interativos.
Neste mesmo piso ficará também instalada, numa segunda fase, a Sala Imersiva, concebida para proporcionar experiências visuais e sensoriais sobre os rios da região e que poderá receber palestras, workshops e atividades pedagógicas.
O piso inferior abriga os balneários, casas de banho e uma área de jardim envolvente, ponto de partida para atividades ao ar livre.
Com um financiamento superior a 356 mil euros, cofinanciado pelo Centro 2020 (infraestrutura) e pelo programa LIFE (área expositiva), o C-Rio nasce da reabilitação urbana sustentável de um espaço esquecido e posiciona-se agora como pilar de uma estratégia ambiental mais ampla, centrada na criação de um parque urbano natural ao longo do Rio Águeda.
Águeda reafirma, assim, o seu lugar na vanguarda das cidades que apostam na renaturalização, na sustentabilidade e na educação ambiental.
Fotografias do Câmara Municipal de Águeda