Carolina Madeira ganha prémio da FCUL

A investigadora do MARE, Carolina Madeira, ganhou o prémio de melhor tese de doutoramento da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, na área das Ciências da Terra e da Vida. Intitulada “Evaluation of thermal stress in tropical marine organisms in the context of climate warming”, a tese foi orientada pelo prof. Henrique Cabral (FCUL), pelo prof. Mário Diniz (FCT-UNL), e pela Doutora Catarina Vinagre (FCUL), coordenadora do projeto WarmingWebs, cujo objetivo consiste em “perceber qual o papel da biodiversidade, da biologia térmica e da estrutura da teia trófica na capacidade de resposta dos ecossistemas marinhos às alterações climáticas”, no âmbito do qual surgiu a tese. 

 

“O meu trabalho de PhD focou-se essencialmente em investigar o impacto do aumento gradual de temperatura e de ondas de calor em ecossistemas intertidais tropicais e subtropicais. A ideia foi selecionar um conjunto de espécies chave destes ecossistemas e estudar os seus principais mecanismos de resposta à pressão térmica a nível molecular, de vias metabólicas e de crescimento, e combinar todas estas medidas num índice de biomarcadores de vulnerabilidade térmica que possa ser aplicado em programas de monitorização de qualidade ambiental”, explicou a investigadora.

 

Existem espécies em risco de extinção devido às alterações de temperatura atuais, mas há igualmente espécies que demonstram elevada tolerância térmica, podendo tornar-se espécies invasoras num cenário de aquecimento global. Categorizando e mapeando áreas de ocorrência de espécies tropicais marinhas vulneráveis ao aquecimento da água do mar e identificando características fenotípicas dos organismos associadas a vulnerabilidades neste tipo de ambientes, a investigadora pode concluir a importância de “fazer uma manutenção adequada da heterogeneidade de micro-habitats marinhos, e proteger áreas que possam servir de refúgio térmico às espécies, para que possa ser mantida a diversidade funcional destes ecossistemas”. 

 

Carolina Madeira já tem planos para o futuro: “o próximo passo será perceber, numa abordagem comparativa entre vários ecossistemas marinhos, como é que evoluíram estes mecanismos de resposta dos vários grupos animais às alterações climáticas, recorrendo a ferramentas de genómica e filogenia molecular. Isto permitirá descobrir as diferenças entre respostas gerais e respostas que derivaram de adaptação local, e construir modelos preditivos de vulnerabilidade de organismos marinhos às alterações climáticas, tendo por base uma abordagem de sistemas”, conclui.